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AMOR PORNÉIA - UMA PESSOA SÓ DÁ AMOR E A OUTRA SÓ RECEBE. PARTE 3 DA SÉRIE "OS 7 NÍVEIS DE AMOR"


O amor Pornéia é a forma do bebê amar a sua mãe, em que na relação não existe troca, não existe equilíbrio entre o Dar e o Receber. Nesse nível de amor um dá e o outro só recebe. Afinal, o que o bebê dá para mãe, além de trabalho, xixi e cocô, noites mal dormidas, e as vezes um sorrisinho? Ele dá a sua presença.


Nessa relação, a mãe dá e o bebê recebe. Existe uma relação de simbiose, porque o bebê nem precisa falar o que ele precisa, a mãe está lá para adivinhar, ela tem que saber do que ele necessita. O bebê está lá para receber e o adulto está lá para dar e preencher as necessidades dele.


Para o bebê, seja durante a vida intrauterina ou depois que nasce até +- 1 ano, 1 ano e pouco de vida, ele praticamente vê ele e a mãe como uma pessoa só, afinal, durante a gestação, o bebê se alimenta dos nutrientes e alimentos fornecidos pela mãe, sente as emoções que a mãe sentia, e depois que nasce já vai direto para o colo dela e continua por um tempo sendo passivo nessa relação, ou seja, ele continua não dando nada, mas recebendo tudo que é necessário para sua sobrevivência física e emocional. Então, ele recebe cuidado, banho, troca de roupas, alimentação, segurança, afeto, carinho, cuidado, autoestima etc.


Nessa relação, tem sempre um que cuida e o outro que é cuidado. Um é dependente e o outro é codependente. Mas nessa fase da vida do bebê essa dinâmica é saudável, ok? Afinal, nós não nascemos sabendo viver no mundo e precisamos de alguém para exercer essa função materna para conseguirmos sobreviver.


A mãe ou a pessoa que exerce a função materna, vai dar para o filho aquilo que ele ainda não é capaz de fazer por ele e vai ensiná-lo o que e como fazer para se cuidar.


Conforme ele for crescendo e se desenvolvendo, ele precisa assumir esse lugar de cuidar e fazer por si mesmo. Por exemplo: assim que ele consegue comer sozinho, ele deve começar a se virar para se alimentar sozinho,se cresceu mais um pouquinho e consegue colocar roupa sozinho, então ele precisa se vestir ao invés de ser vestido pela mãe. Isso significa ir passando gradativamente a função materna para o filho, para que ele tenha autonomia, segurança, autoestima, para que ele se desenvolva na vida como alguém que sabe se cuidar, se amar e olhar para as suas próprias necessidades.


Nessa dinâmica, começa a desenvolver a individualidade desse ser e ele finalmente vai começar a enxergar que ele e a mãe não são a mesma pessoa. Ele vai perceber “eu existo” e também existe outra pessoa, “minha mãe”, e começa a ficar pronto para ir para o próximo nível de amor ou ciclo de vida.


Então, no amor pornéia eu tenho uma pessoa que só dá e outra que só recebe amor. Não existe equilíbrio entre o Dar e o Receber.


Quero complementar esse tema dizendo que esse modelo descrito de amor Pornéia é o que ocorre quando o mesmo é bem executado por quem realiza a função materna, mas infelizmente aqui podem acontecer milhares de situações embaraçosas que fazem com que esse bebê não passe por esse nível de amor recebendo apenas o saudável, e isso influencia diretamente nos ciclos seguintes, principalmente quando fica adulto e vai viver a sua vida e não consegue fazer isso de forma saudável e feliz.


Claro que existem milhares de situações que poderiam ser citadas aqui como exemplos, mas irei demonstrar algumas muito corriqueiras que vejo em atendimentos e que mostram claramente como esse ser está conectado ainda com esse mundo infantil.


Primeiro, quero dizer algo para as mães ou para quem exerce a função materna: Se você não sabe o que é função materna e função paterna e qual a diferença de ambos, então é só assistir esse vídeo que fiz: https://www.youtube.com/watch?v=1i8ls9p11ik&t=447s


Pais e mães que exercem sua função de forma saudável são aqueles que se tornam desnecessários na vida de um filho. Grave esta palavra, DESNECESSÁRIO! Se o seu filho é grudado em você, e não estou dizendo de grude físico não, porque tem filhos que não tem nem contato direito com os pais, mas emocionalmente ou financeiramente ou de outras formas são ainda dependentes destes pais ou da relação doentia que exercem com os mesmos, se esse é o seu caso, então significa que essa relação não tem evoluído de forma saudável.


Você precisa liberar, autorizar o seu filho ir pra vida, ensinar ele o que fazer e como fazer para que ele mesmo seja sua mãe e cuide de si. E não adianta você falar que autoriza se você é do tipo assim: Meu filho, minha vida… meu filho, a razão do meu viver.. meu filho, você é a razão da minha felicidade… meu filho, sem você não consigo viver… e assim vai né.. porque as frases aqui nesse sentido são infinitas e criativas, e não são só frases, ok? através destas palavras muitos sentimentos inconscientes são manifestados.


Autorize o seu filho a ser feliz, crie o seu filho para que ele saiba cuidar dele sozinho sem precisar de você. Ensine ele como se amar, se cuidar, se sentir seguro e libere-o pra vida. Procure ajuda também, vai cuidar de você, vai entender o que te faz inconscientemente buscar no seu filho aquilo que te falta.


Nesta fase do amor porneia, você vai preencher o vazio do bebê e não o contrário, e se você joga responsabilidades nele como “meus filhos, minha vida”, você está invertendo essa função e filho não consegue e não pode preencher vazio de pai e mãe. Só que esse filho, por um amor muito profundo, ele acabará pagando um preço muito alto. Isso também mostra que essa criança não veio ao mundo através do excesso de amor do casal, como deveria ser e sim através da falta, veio para preencher vazio, fazer companhia, veio porque o relacionamento já não estava muito bom e etc.


E esses bebês se tornam adultos fracos, adultos inseguros, de baixa autoestima, que não conseguem cuidar da própria vida, e vão passar a vida inteira procurando uma mãe, alguém que faça tudo por eles e que eles não precisem fazer nada ou quase nada.


Veja outros exemplos de situações em que o amor pornéia está fora do lugar:


Relacionamento amoroso: é aquele tipo de relacionamento em que um dá tudo e mais um pouco, sem receber nada em troca, em que tem um que sempre faz pelo outro, faz pela relação, faz aquilo que pode e que não pode e o outro só recebe. Acredita que se está junto e que ama então não precisa fazer mais nada, que não precisa oferecer mais nada pra essa relação. Neste caso, não existe equilíbrio entre o dar e o receber, o que é imprescindível na relação a dois, e aqui claramente nós temos uma mãe e um bebê.


Essa relação normalmente tem problemas na sexualidade, tem traições, enfim.. aqui, os dois estão no amor infantil e não no amor adulto, precisam adultecer se quiserem de verdade ter um relacionamento saudável e se quiserem passar o saudável para os filhos.


Outro exemplo… já viram casos em que os filhos crescem, saem de casa e vão viver sua vida e de repente os pais adoecem.. (mas aqui vou falar de quem exerceu a função materna, porque o amor pornéia tem relação do amor do bebê com sua mãe), essa mãe simplesmente adoece, cai de cama, e passa a depender de alguém até mesmo para trocar suas fraldas e dar comida na boca, ela vira um bebê de novo. Alguns casos são situações em que no inconsciente dessa mãe está dizendo: “Eu cuidei de você… agora você tem que cuidar de mim…. eu quero receber de volta o que eu te dei, o que eu fiz por você”... mas por incrível que pareça, é bem comum percebermos que nem sempre essas mulheres foram mães dedicadas, acolhedoras e amorosas.. essas mulheres também estão presas lá atrás nas suas dinâmicas de dor com a família de origem, mas infelizmente buscam nos filhos o que eles não podem e não conseguem oferecer, e essa inversão de funções em que o filho vira o pai/mãe da mãe traz muitos, muitos problemas.


Enfim, são só exemplos, que claro, não pode ser generalizado.. mas são casos bem comuns!


A grande verdade é: Se você passar a vida inteira preso a esse amor da mãe, você não nasce pra vida, você morre pra vida. A vida é composta por ciclos e é muito importante avançarmos nestes ciclos, senão aquilo que antes nos protegia vai chegar em um determinado momento que vai te sufocar e te matar.


Vamos pegar o exemplo do bebê.. ele é gestado durante 9 meses e precisa desse tempo para ficar “pronto” para nascer. Chega em um determinado momento que fica extremamente desconfortável para o bebê ficar no ventre materno e até começa a faltar nutrientes e oxigenação pra ele.. nessa hora o q acontece? ou ele nasce ou ele vai morrer ali dentro. Então, pra sobreviver ele precisa avançar para a próxima fase e aprender viver fora da mãe.


Como estão as suas relações? Observe se você tem conseguido avançar nos ciclos da vida ou se você tem buscado o cuidado, a proteção, a segurança da mamãe nos seus relacionamentos amorosos, nos seus filhos, nos amigos, na profissão…


Não somos mais um bebê para viver essa relação de só receber, de sempre estar esperando algo do outro pra que eu consiga viver, pra que eu seja feliz, pra que eu consiga me manter vivo…


Se permita refletir sobre esse assunto. Quem sabe esse não é o seu caso e te traga clareza para que olhe com carinho para algumas situações da sua vida em que você tem sido esse bebê.


Já parou pra pensar que isso pode ser um dos motivos por sua vida não está fluindo de forma leve e saudável?


Com carinho,

Leidiane Mendes


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